biografia

Conheça mais de perto a vida e obra de Marcus Moretzsohn

Mais novo de 4 irmãos, Marcus Moretzsohn teve a sua iniciação musical bem cedo, em família. Desde pequeno, acompanhava os irmãos nos saraus em casa e foi com eles que aprendeu a tocar diversos instrumentos. 

Ainda criança, aprendeu a tocar bateria para acompanhar o irmão Ricardo, que cantava e tocava no violão os sucessos da música brasileira e norte-americana dos anos 60.

Por ser o mais novo, viu os irmãos saírem de casa e herdou, pouco a pouco, os seus instrumentos. Tendo em mãos uma bateria, um violão e um piano, estudou por conta própria cada instrumento, sempre atento à sonoridade e ao timbre de cada um. Nas suas descobertas sonoras, nasceu uma paixão: a música em todas as suas nuances.

O livro The Beatles Complete, carregado com todas as composições dos meninos de Liverpool, foi uma das primeiras grandes influências no estudo musical de Marcus. O livro era um tesouro, recheado com suas 194 canções, cada uma com sua letra, melodia e cifra.. Apesar de ouvir que “a música era um hobby”, Marcus nunca deixou de estudar e os Beatles foram os seus primeiros professores oficiais a partir deste livro de canções.

No fim dos anos 60, a música explodia ao redor do globo e o festival de Woodstock foi um dos grandes marcos na história musical mundial. Marcus abraçou o espírito do festival com o disco trazido dos Estados Unidos pelo irmão José Eduardo. O álbum triplo de Woodstock trazia grandes nomes como The Who, Joan Baez, Janis Joplin, Santana e Jimi Hendrix. Mais uma vez, as influências musicais de Marcus se expandiram.

Depois dos Beatles e do álbum de Woodstock, foi a vez de chegar ao Rock Progressivo com o  Yes, Focus, Emerson, Lake & Palmer e os pianistas de Jazz como Chick Corea, Keith Jarrett e Lyle Mays. Marcus mergulhou em diversos estilos musicais, bebendo de várias fontes para construir a sua estética musical.

Ainda na juventude, escreveu as suas primeiras músicas, canções no violão e instrumentais no piano. Sempre autodidata, foi aprendendo pela observação dos seus artistas favoritos e seguiu experimentando com o auxílio de revistas de cifra compradas nas bancas de jornais.

Aos 15 anos, uniu a sua bateria descolada à guitarra nervosa de Assad Emile e ao baixo cadenciado de Victor Gusmão para formar o grupo de rock Museum. Juntos, se apresentaram em diversos festivais e shows no Rio de Janeiro.

Em 1973, aos 17 anos, Marcus viveu a sua primeira experiência musical internacional, integrando a Bainbridge Island Jazz and Rock Stage Band como percussionista, durante o seu intercâmbio estudantil em Bainbridge Island, Washington. Foi nos EUA que teve contato com ensino musical na escola e foi além, tocando com a banda em festivais no estado de Washington e também no Canadá.

Da Bainbridge Island Jazz and Rock Stage Band surgiram grandes músicos como o saxofonista Mike Tarabochia e o baterista Steve Smith, ao lado de quem Marcus teve o prazer de tocar. O seu estilo latin player chamava a atenção dos colegas músicos à frente da percussão tocando pandeiro, cowbell e timbales, acompanhando Steve que dominava a bateria.

De volta ao Brasil, durante os efervescentes anos 80, Marcus, desta vez diante do seu sintetizador Prophet V,  foi convidado por Assad Emile a participar de gravações  com a banda THC, um nome de peso no cenário do rock carioca. Juntos, gravaram o tema original do Rock in Rio, em 1984.

Nem mesmo a entrada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para cursar Geologia foi capaz de interromper os estudos musicais de Marcus, que logo integrou o Coral da Universidade. Ao mesmo tempo, as aulas de piano com o professor Leopoldo Tousa, também na Rural,  configuraram a primeira experiência no aprendizado formal de música.

Em 1980, Marcus se formou geólogo pela Universidade Federal da Bahia e já em 1981, recém-formado, começou a atuar na Petrobras em Macaé-RJ, como geólogo de petróleo, onde seguiu até a sua aposentadoria, em 2016.

Mesmo durante os anos de trabalho como geólogo, Marcus nunca abandonou a música. Em Macaé, acompanhou com seu piano artistas como Cau Barros, Marília Monteiro e Luciana Rangel, ao lado de outros grandes músicos da cidade, como o guitarrista Celinho e o baterista Robertinho.

Em 1985, Marcus foi convidado para compor a trilha sonora do espetáculo Fernão Capelo Gaivota, inspirado no livro homônimo de Richard Bach. Ali, com um gravador Fostex de fita cassete 4 canais, nasceu mais uma faceta: produtor musical. Além de compor as peças, Marcus foi mais adiante e começou a aprender sobre gravação multipistas, cantando e tocando diversos instrumentos.

Em 1998, Marcus alcançou o honroso segundo lugar no concurso ao Hino do Município de Quissamã, no estado do Rio de Janeiro, musicando letra de Carmen Queirós.

Entre 1997 e 2004, foi aluno de Maria Luiza Urquiza e participou dos seus Saraus de Alunos. Essa experiência abriu-lhe as portas do cenário musical de Macaé, levando-o a abrir um show de Hermeto Pascoal no Teatro Municipal da cidade, em 2003. Chamado pelo próprio Hermeto ao palco, Marcus teve a grande oportunidade de tocar ao lado de um dos maiores nomes da música brasileira, um dueto improvisado de piano e sax.

2004 trouxe maturidade musical e o primeiro disco de Marcus Moretzsohn, Intempéries. O álbum reúne 10 composições autorais para piano, compostas desde a juventude, organizadas musicalmente com auxílio de Maria Luiza desde a forma, passando pela transcrição das partituras até o seu esmerado acabamento.

De 2006 a 2010,  Marcus integrou os grupos Armazém do Jazz, com o saxofonista Marcos Briza, e Jazz Cravo e Canela também com o guitarrista Henrique Venâncio, o baixista Apolinário e o baterista Robertinho. De grandes músicos que se apresentavam juntos, tornaram-se amigos que dividiam os palcos entre Macaé, Niterói e Rio das Ostras.

O ano de 2011 trouxe um grande desafio para Marcus na sua vida pessoal. A descoberta de um câncer na garganta impôs um doloroso distanciamento das suas atividades e culminou numa longa recuperação, que se estendeu pelos anos seguintes.

A experiência de transpor o meio fio da morte traz uma nova perspectiva do que realmente importa e acende um desejo de viver o melhor que a vida pode oferecer. Tomado pelo espírito de superação e vitória, Marcus começa a pensar mais profundamente na sua carreira como músico. Daí nasce o desejo de construir este site para reunir a sua produção artística e dar a conhecer ao mundo o seu talento.

Além do tratamento médico, o apoio da esposa Alessandra e dos quatro filhos Juliana, Carolina, Felipe e Murilo foram vitais para Marcus vencer a batalha contra o câncer e, pouco a pouco, retornar às suas atividades. Depois de um longo período, a Geologia e a Música voltaram a ocupar os dias de Marcus.

Em 2017, Marcus retornou ao universo da teoria musical com a professora Ana Miccolis e mergulhou na produção musical com Sergio Izecksohn, na Home Studio. Já 2019 trouxe um novo desafio: o Curso Técnico de Piano na Escola Municipal de Música e Teatro da cidade de Macaé – EMART, com orientação do professor Joel Bezerra.

Em 2021, Marcus trouxe dos sonhos para a realidade o projeto de construir um site para contar a sua história. Com o apoio de Guilherme Mattoso, Red Werneck, Luis Formel e Lis Guedes, o site pôde tomar forma e ilustrar poeticamente a sua carreira enquanto músico, artista e produtor musical.

Em meio às suas andanças pelo Brasil e pelo mundo, Marcus foi construindo a sua essência musical. Inspirado pelos sons populares, eruditos e contemporâneos, Marcus fez da música o seu refúgio e a sua egéria.

linha do tempo

1971. Ensaiando bateria em casa, no Rio de Janeiro

1973. Registro raro da minha passagem, como percussionista, na Bainbridge Island Jazz and Rock Stage Band, nos EUA

1974. De volta ao Rio, eu assumi as baquetas da banda Museum. Ao fundo, na guitarra, o amigo Assad Emile

1984. Capa do compacto da música tema do Rock in Rio, gravada pela banda THC, onde toquei teclado

1989. Acompanhando a cantora Marília Monteiro no Tokio Jazz, em Macaé

1998. Apresentação da minha proposta para o Hino Municipal de Quissamã, que ficou em segundo lugar no concurso aberto realizado pela prefeitura

2003. Apresentação Sarau dos alunos da professora Maria Luisa Urquiza, no Teatro Municipal de Macaé

2004. Festival de Frutos do Mar, em Rio das Ostras, com o grupo Armazém do Jazz

2008. Apresentação do grupo Jazz Cravo e Canela no bar Finalmente Creperia, em Macaé

2016. Apresentação durante o lançamento do livro “Cartas e pássaros”, de Lígia Guedes, em Macaé